1. Divagações Desnecessárias

Não nos vamos iludir, não vão ler uma história de amor, nem vão ler uma história provavelmente…
Na realidade não faço a menor ideia do que vão ler, porque o vão ler e sequer se alguma vez o vão ler. Provavelmente isto não passe de divagações, alucinações, pensamentos e memórias, onde o amor, em todos os seus sentidos, pode ser vagamente referido.
Se estão a procurar respostas para “os problemas do coração”, não esperem encontra-las aqui, tenho tantas ou mais dúvidas que vocês e sobre relações só posso falar por experiência de fracassadas, falhanços épicos até quando tudo parecia bater certo, até chegar um dia e não bater e aí é que olhamos para trás e vemos que na realidade nunca foi certo, só na nossa pequena, iludida e apaixonada cabeça é que estupidamente fazia algum sentido e no final ainda ficamos surpresos de não ter resultado, quando claramente tudo faltava para o grande, magnifico “final feliz”, que sejamos honestos, o mais parecido com isso que vamos encontrar em qualquer história termina com os dois a morrer… Comecemos pelo início com Romeu e Julieta e podemos seguir até ao filme mais piroso e lamechas de sempre (que já agora eu adoro e é recorrente nos dias de depressão e coração partido, que me fazem gozar comigo mesma), The Notebook. Nos restantes romances fofinhos que nos deixam babadas e babados, que aqui não há qualquer tipo de discriminação e se acham que os homens não sofrem por amor estão redondamente enganados, claro que as percentagens de sofrência são de dez mulheres para cada um homem, mas eles sofrem… Retomando, naqueles tais filmes fofinhos, o aclamado final feliz é apenas o início, é paixão fogosa e acesa, o não viver um sem o outro, o querer aquela pessoa mais que tudo, o ser tão inexplicavelmente feliz, mas esqueçam, nada, nenhum filme, livro, sequela, série, ou o carago, nos fala sobre o depois, e porquê, fácil, porque, leiam bem, porque não é sempre interessante, não é bonito, não vende nem é uma história épica, é a vida. Ninguém fala sobre o aborrecimento do quotidiano, a monotonia, as implicâncias, os ciúmes, as discussões por tudo e por nada, e sim podem responder que se é mau não é amor, errado, redondamente errado, somos seres humanos, esperam mesmo que encontremos outra criatura que vai concordar em tudo conosco e vai ser tudo cor-de-rosa e amarelo? Talvez se existir submissão, mas isso é amor? As relações são completamente lixadas, dão trabalho, cansam e enchem completamente a nossa cabeça, e querem saber o melhor, quanto mais gostarem da pessoa pior vai ser, a diferença vai estar se o amor, mentira, se a pessoa é forte o suficiente para ficar, saber lidar com todas as merdices diárias e o teu feitio completamente autista, porque o amor pode ser o mais forte, mas a pessoa pode não o ser, não saber lidar com tanto e que culpa tem? Na realidade quem nos ensinou a amar? As relações fracassadas que mais de metade dos nossos pais têm? As relações por obrigação dos nossos avós? Onde está o manual e como podemos culpar alguém de não saber amar se tu mesmo não sabes, não há regras, não há razões, cada amor é um amor e cada um o faz à sua maneira, mas no final de culpas dá jeito atribuir as culpas a alguém, nem que seja culpar a sorte, adoro essa, sabotamos o que temos de bom, não cuidamos, escolhemos um ser que todos viam que não estava nem aí para nós e no final quem culpamos? A sorte, pois faz sentido.

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